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Entrevista | Filipe Guerra, com novo single !

Produtor e DJ, Filipe Guerra é nome certo nas pistas gays Brasil afora. Leia entrevista

Aos 26 anos, o pernambucano Filipe Guerra é um dos nomes mais respeitados nas pistas gays nacionais. Bonito, simpático e dono de uma mansidão que contagia quem está por perto, o DJ e produtor é o nome por trás de hits como "I Can't Stop Loving You" e "Breath Again". As duas faixas inundaram clubes de norte a sul na voz de Lorena Simpson, conhecida parceira de Filipe.

Ele está lançando um novo single, desta vez apostando no vocal da cantora LuGuessa. "Take a Chance", que você já pode baixar no site do DJ, vem com o objetivo de unir clãs, como o próprio Filipe explica na entrevista a seguir. Ele fala também do boom de cantoras brasileiras cantando em inglês e responde se voltará a trabalhar com Lorena Simpson.

Confira o papo:
Quando você começou a se interessar por música?
Sou DJ há 10 anos, mas durante toda minha vida fui muito ligado à música. Desde pequeno colecionava discos clássicos como os do Technotronic. Um deles eu ganhei quando tinha apenas 7 anos. Minha ligação com a dance music sempre foi muito forte. Ouvi muito Coronna e outras coisas do mesmo estilo. A coisa da produção começou porque como DJ, senti que precisava de um diferencial. No início era tudo meio que de brincadeira. Comecei a fazer megamixes e graças a eles, ainda morando no Recife, conquistei espaço em rádios como Transamérica e Energia. Foi quando meu nome surgiu forte no eixo Rio-São Paulo. Mas só em 2008, com "I Can't Stop Loving You", passei a ser conhecido nacionalmente.

Lembra da primeira vez em que tocou como DJ profissional?
No Recife eu tocava em eventos pequenos, festas de amigos. E aí em 2002 eu ganhei um concurso do clube Metrópole, que oferecia residência para o melhor aluno do curso de DJs realizado por eles. Estava muito nervoso, lembro como se fosse hoje, até das músicas que toquei. Rolou muito Thunderpuss.

E a parceria com Lorena Simpson?
Então, eu fui morar no Rio de Janeiro em 2007 a convite de uma gravadora, a mesma com a qual Lorena já havia trabalhado. Acabamos nos conhecendo no ano seguinte, quando eu estava produzindo um CD voltado ao público gay. Como precisava de um vocal para uma das músicas, pensei nela. Já conhecia sua voz, o estilo, aquele jeito espontâneo. E resolvi convidá-la para ser a vocalista da música. A música era "I Can't Stop Loving You" e eu não esperava que faria o sucesso que fez em todo o País.

Sempre pensou em focar no público gay?

Sim, sempre. Primeiro por eu ser gay. Depois, desde Recife eu tocava em pistas gays. Passei por uma "entressafra", em que toquei para héteros no Rio de Janeiro, mas eu não me sentia eu mesmo. Faltava a verdade que o público gay transmite. Tocar para os HTs também é legal, mas a energia da balada gay é melhor. A vibração é muito maior e a resposta da pista é muito mais rápida. Se você não os agrada, eles te falam na hora.

A gente vem vendo algumas cantoras brasileiras investindo em música para pista, cantando em inglês e fazendo shows em clubes gays. Tem espaço para todo mundo?
Se o trabalho for de qualidade, tem sim. Mas não se elas apenas focarem em uma fórmula que deu certo. Fórmula sempre acaba com o passar do tempo. É preciso ter em mente que as pessoas que estão na noite querem ouvir música boa. O Brasil já viveu o boom dos DJs, hoje é a vez dos produtores e das cantoras. Em todo buraco surge uma cantora nova. Isso pode prejudicar sim. Como aconteceu nos anos 90, quando a produção nacional estourou. Foram surgindo vários nomes, mas sem qualidade. Acabou que o mercado foi se desgastando. Essa é minha maior preocupação. Em cada trabalho que faço, prezo pelo que as pessoas querem ouvir.

Fale sobre o novo single, "Take a Chance".
Essa faixa representa uma nova fase da minha carreira. É a primeira música sem a Lorena. Quem canta é a LuGuessa. É um projeto diferente, um tribal com algumas das características das minhas produções, mas é mais pop. Ela é direcionada a todos, não apenas aos gays. Eu venho percebendo que a noite gay está sendo "invadida" por outros públicos, independente de orientação sexual. E a música vem com a proposta de unificação.

Será que você volta a fazer parceria com Lorena Simpson?
Essa parceria nunca morreu. Até hoje participo das produções dela, somos amigos. Demos um tempo porque cada um está seguindo seu caminho. Ela está apostando em elementos mais pop, com outra cara para 2011. Mas é algo que pode voltar a acontecer no futuro, sem dúvidas.


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Filipe Guerra toca nesta sexta, 03, no clube goiano Diesel. No sábado ele embarca para Salvador, onde anima a San Sebastian. No domingo o DJ estará na festa carioca Jukebox. E em 31 de dezembro ele toca em Florianópolis, no Revéillon da Concorde.
Entrevistas | By Danilo Donati

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