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Amy Winehouse encerra a turnê em São Paulo

Amy Winehouse encerrou a turnê brasileira na noite deste sábado (15), na Arena Anhembi, em São Paulo, durante o Summer Soul Festival. Tendo em vista o que a cantora já havia mostrado nos shows anteriores, os fãs não poderiam esperar muitas novidades na apresentação da capital paulista.
No palco, Amy parecia entediada, com olhar distante e sem entrosamento com a banda. Ela esqueceu a letra da música, pareceu reclamar do som para os músicos e até tentou esboçar certa alegria, mas o que se viu foi uma cantora sem carisma, sem vontade e sem aquela voz que quase a transformou em uma verdadeira diva da soul music.
O show durou uma hora, mas a participação efetiva de Amy não contabilizou mais do que 40 minutos. A banda, que deveria dar ritmo ao show e cobri-la nos momentos mais críticos, não fez nada além do básico, do burocrático, sem emoção ou entusiasmo.
A imagem quase decadente de Amy não pareceu incomodar o público presente. A cada gole que a cantora dava em uma caneca de conteúdo desconhecido, podia ser bebida alcoólica ou simplesmente água, não importava, o público vibrava. Era como se ser testemunha da decadência física e artística de Amy fosse quase um privilégio.
No setlist, as músicas que a fizeram ser uma das cantoras mais populares da última década: "Back 2 Black", "Tears Dry on Their Own", "Rehab" e "You Know I'm no Good".
O show foi um evento, daqueles que você conta para os amigos e coloca a foto no Facebook. A Pista Premium, cujo ingresso custava exorbitantes R$ 500, era um espaço de azaração, conversa fiada e bebida. Boa parte do público não se deu ao trabalho de prestar atenção na cantora ou sequer nos outros artistas do festival. Até o momento da apresentação do cantor Mayer Hawthorne o local reservados para os Vips do festival estava esvaziado.
Além de Hawthorne, a cantora Janelle Monáe também não empolgou muito com seu topetão e seu show conceitual. Apesar da bela voz e da ginga incomparável, Janelle não prendeu a atenção do público.
Não dá para dizer que Amy Winehouse é uma cantora decadente, porque ela não teve tempo de carreira suficiente para isso. Com apenas 27 anos, uma linda voz e somente dois, porém excelentes, discos - "Frank" (2003) e "Back to Black" (2006) -, ela é uma decepção. Amy tinha tudo para com o tempo se tornar uma das mais novas divas do soul, mas as drogas e a imaturidade fizeram dela um projeto que quase deu certo. Ela já não demonstra mais vontade de subir em um palco e fazer aquilo que a tirou do anonimato: cantar. Seu show ainda reforçou aquele velho conceito de que alguns artistas só se apresentam no Brasil quando não tem mais coragem de fazer show em outro lugar, mas precisam de dinheiro.


Por Coluna Charme by: Iwo Soares

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